O Chevrolet Corvair, produzido pela General Motors de 1960 a 1969, era um veículo compacto, criado justamente para ser um concorrente do Volkswagen Beetle (o Fusca). Além disso, empregou um motor boxer de seis cilindros em alumínio, refrigerado a ar, na traseira.
O diretor de design da GM, Bill Mitchell, atento a novos mercados, enviou um chassi do Corvair tanto para a Pininfarina como para a Bertone, com o intuito de que fosse criado um veículo esportivo no estilo europeu.
No Gruppo Bertone, um designer chamado Giorgetto Giugiaro foi incumbido da missão de transformar seus fundamentos simples em um esportivo moderno. E, por incrível que pareça, Giugiaro fizera isso em apenas dois meses, apresentando o veículo no Geneva Motor Show de 1963, onde se tornou a estrela do evento.
O chassi do Corvair Testudo fora encurtado, e sua carroceria era baixa e de linhas suaves, tudo o que o Corvair não era até então. Na frente, seu longo capô contrastava em harmonia com os faróis simples, redondos, em um ângulo diferenciado, bem distintos dos faróis quádruplos na horizontal usados na linha.
Os para-choques eram envolventes e seguiam as linhas do veículo, inclusive as luzes dos piscas eram integradas neles, tanto na frente como atrás.
O interior era moderno e bem generoso em espaço, e seu teto era no estilo “estufa”, de vidro, com finos frisos de sustentação cromados. Os assentos eram em couro e na cor preta, o volante era largo e achatado, e o painel de instrumentos vinha no formato de bumerangue, em uma única peça. Na traseira, o vidro era curvo e emoldurado por elegantes frisos, também cromados.
Talvez o mais interessante do veículo fossem “as portas”. Para entrar, o motorista precisa levantar as mesmas, além de todo o teto do veículo, em um único conjunto. Algo bem inusitado para a época. Outro detalhe, no mínimo curioso, é o próprio nome do veículo: “Testudo”, que em italiano significa “Tartaruga”. Meio irônico para um carro esportivo.
Apesar da aclamação inicial, o projeto do veículo fora arquivado pela GM. Além de sofrer forte concorrência dos próprios Corvette de 1963 (e suas variantes), onde estava toda a prioridade da montadora, havia ainda o Buick Riviera e o Studebaker Avanti.
Quanto ao carro em si, permaneceu na coleção da Bertone até sua falência, liquidada ainda em 2013. Foi então vendido em leilão por € 336.000 (algo em torno de R$ 1.092.000,00).
Fonte e fotos: www.cardesignnews.com