O desenvolvimento de motores a turbina foi a coqueluche e o grande desafio, nos anos 50, para os fabricantes de automóveis, que tinham o sonho de incorporar carro e avião em um veículo pessoal.
Depois de mais de uma década de experimentos, a Chrysler decidiu desenvolver um carro com motor (sua quarta geração) a turbina. Essa turbina, exibida oficialmente, pela primeira vez, em 1962, foi uma maravilha da engenharia da época. Com apenas 186 kg e 130cv de potência, o novo motor produzia uma força de torque quase equivalente ao Hemi da Chrysler. Era o primeiro motor a turbina em um carro de passageiros.
Chrysler Turbine 1963
Esse motor avançado encorajou à Chrysler a realizar uma das maiores campanhas publicitárias da história do automóvel. Um novo veículo seria projetado em torno do motor a turbina: um carro futurista, prático e de tecnologia avançada. Então, era preciso renovar.
Em 1961 a Chrysler contratou Elwood Engel, que vinha da Ford, para substituir o lendário designer automotivo Virgil Exner, que estava doente e cujos projetos tinham começado a envelhecer nessa nova década. Engel trouxe consigo um estilo suave, muito visível no Lincoln Continental de 1961, e imediatamente começou a trabalhar para transformar a linguagem de design da Chrysler. E uma dessas experiências fora o Chrysler Typhoon, um veículo para dois passageiros projetado por Charles Mashigan, muito parecido com o Ford Thunderbird da época. E essa era o automóvel que seria o embrião para o desenvolvimento do carro a turbina.
No exterior do Chrysler Turbine, nome que receberia, o perfil lateral lembrava e muito o Thunderbird, com poucas modificações em suas linhas, mais suaves. A frente tinha grandes faróis circulares, que lembravam duas turbinas. A traseira seguia o mesmo estilo, com suas “turbinas” protuberantes, além de um destacado para-choque.
Seu interior seguia a tendência espacial do veículo. O que mais chamava a atenção era sua rotação máxima (no mostrador), que em um automóvel comum chega a 8.000 rpm. Já no Turbine esse número saltava para 60.000, reforçando suas qualidades de motor a jato. Entre os assentos, havia o túnel da transmissão, muito elegante, contendo interruptores e indicadores.
Elwood Engel e sua equipe criaram o projeto de design, que fora enviado aos estúdios Ghia, na Itália, onde fora refinado antes da construção de sua carroceria.
O primeiro Turbine foi exibido ao público em outubro de 1963. A experiência em dirigir um veículo a turbina era similar a de um carro comum, à exceção do som do jato e do passeio mais “liso” e suave.
Enquanto o público testava o veículo, a Chrysler embarcava em sua própria turnê publicitária. Um carro fora enviado à Feira Mundial de Nova Iorque de 1964; outros foram à Europa, América Latina e Ásia.
Depois de dois anos de testes, a Chrysler coletou todos os 50 automóveis, mais seus próprios modelos, e os enviou ao triturador. Apenas nove sobreviveram e foram doados a museus, alguns indo parar em coleções particulares.
Fonte e fotos: www.cardesignnews.com / www.conceptcarz.com