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O gasogênio era um aparelho que tinha a função de gaseificar combustíveis sólidos ou líquidos. O processo de gaseificação envolvia reações químicas de combustão incompleta do carbono (C) e dos hidrocarbonetos (CnHm) que produzem óxido de carbono (CO), dióxido de carbono (CO2), hidrogênio (H2) e metano (CH4). O calor, necessário à realização dessas reações, é fornecido pelo exterior (ar) nos processos conhecidos como gás-reforming, ou por sopro e gaseificação – combustões seguidas de gaseificação – nos processos chamados de “regeneradores”. A produção de hidrogênio e de dióxido de carbono, juntamente com a do nitrogênio (N2), constitui o ponto de partida de diversos processos de síntese química de grande relevância industrial. De parciais combustões de carvão (de lenha, fóssil, restos de minas, etc.) com o ar, obtinha-se um gás de composição mista, conhecido como “gás de gasogênio”, formado pela mistura de óxido de carbono, nitrogênio, hidrogênio e metano, cujo poder calorífico inferior varia entre 950 e 1200 Kcal/m3 normal.
O carvão de lenha facilitava a depuração do gás nos gasogênios: suas impurezas eram menos danosas e, portanto, requeriam dispositivos bem mais simples. Nos gasogênios montados nos veículos, um pequeno fluxo de ar, às vezes misturado com vapor de água, fluía a elevada velocidade através de camadas acesas de carvão ou de lenha.
O conjunto todo compunha-se de gerador de gás, depurador, geralmente colocado sob o chassi; arrefecedor tubular de gás, uma série de filtros, misturador dosador, que substituía o carburador; ventilador centrífugo para a partida, e caixa-reservatório para o combustível.
A alimentação por meio de gasogênio diminuía o rendimento total do motor de 25 a 30%, dependendo do gerador de gás. Podia-se reduzir essa deficiência adotando-se para o motor uma superalimentação de cerca de 30%. No Brasil, o gasogênio apareceu em 1941, quando se agravou o racionamento de combustível. Criou-se então a Comissão de Energia Térmica, em São Paulo, com o intuito de estudar a aplicação do gasogênio nos veículos. Vários empresários empenharam-se em sua produção e desenvolvimento. Até 1945 produziram-se no Brasil cerca de 20 mil aparelhos de gasogênio.
Revista Classic Show
Colaboração: Maurício de Andrade Silveira