Quando John F. Kennedy foi eleito presidente dos EUA em 1961, ele e sua esposa Jacqueline não eram apenas líderes da nação, mas também celebridades. A imagem do casal era de uma jovem América que entrava em uma nova era.
Jacqueline se tornou um ícone da moda quase que instantaneamente: uma beleza americana de apenas 31 anos. Ela tornou-se famosa por usar ternos cor-de-rosa de Chanel e ter um estilo de vida glamoroso, herdado de sua rica família. Nenhuma outra primeira-dama, antes ou depois, capturou a imaginação americana da mesma forma.
Foi nesse espírito que Pininfarina criaria o quarto e último veículo-conceito para a Cadillac.
Pininfarina tinha sido contratado para construir o Cadillac Eldorado Brougham 1959-60, um sedan elegante que minimizava os elementos de estilo mais escandalosos do período. Como o design já estava a cargo da própria Cadillac, nas mãos de Chuck Jordan e David Holls, pouco espaço sobrara para a encarroçadora italiana. Pininfarina queria mais, e nisso surgiram o Skylight e o Starlight.
Skylight e Starlight
Ambos, Cadillac e Pininfarina, tentariam mais um projeto em parceria. O que emergiu das telas do encarroçador foi o desenho de um coupé de luxo de extrema simplicidade para os tempos vividos na época, em especial para a própria Cadillac. Nada de rabos de peixe, apenas uma traseira mais limpa e retangular. Na frente, quatro faróis foram colocados, com uma grade larga ao centro.
No interior, apenas painel e volantes eram itens de estoque da Cadillac. Havia ainda apenas dois assentos, cobertos de couro preto. Atrás não havia espaço para passageiros, e sim para bagagens, como nos modelos 300 SL da Mercedes-Benz. Até hoje essa escolha é um mistério. Detalhe: não havia motorização. Era apenas um veículo para exibição.
Comparado ao Coupe Deville do mesmo ano, ambos têm a mesma distância entre-eixos de 130 polegadas, e praticamente o mesmo comprimento. Ver os dois lado a lado é uma espécie de expressão do masculino x feminino. O Coupe Deville era uma máquina agressiva, masculina, construída para acelerar nas estradas americanas. O Jacqueline parecia perfeito para um cruzeiro ao longo da Riviera Francesa.
Cadillac Coupe Deville 1961
O Jacqueline teria uma vida pós-morte interessante. A Cadillac permaneceu indiferente ao projeto, e não importava o que Pininfarina propusesse, a Cadillac não iria renovar o programa. Então o veículo passaria muitos anos definhando no museu Pininfarina, em Turim, e depois foi vendido e mudou de mãos um par de vezes, ganhando, inclusive, motor, suspensão e demais componentes.
Fonte e fotos: www.cardesignnews.com / www.oldconceptcars.com