A Société Industrielle Mécanique et Carrosserie Automobile, ou simplesmente SIMCA, foi formalmente fundada no ano de 1934 pela FIAT e, a partir de julho de 1935 a maio de 1963, foi dirigida por Henri Théodore Pigozzi, italiano nascido em Turim (capital e maior cidade da região do Piemonte) em 26 de junho de 1898 e falecido em 18 de novembro de 1964.
Henri Théodore Pigozzi
Em 1924, Giovanni Agnelli (nascido em Villar Perosa, em 13 de agosto de 1866), um dos fundadores da Fabbrica Italiana Automobili Torino, a F.I.A.T. (escrita, na época, dessa mesma forma), um conglomerado que desde o início do século já dominava a indústria automobilística e grande parte da economia da Itália, entrando também em todos os setores da indústria pesada, como na construção de navios de guerra e aviões, andava preocupado. Um dos grandes problemas enfrentados pelo empresário italiano era com relação à matéria-prima, já que a derrota do país na Primeira Guerra trouxe grandes consequências, inclusive a respeito da qualidade dos materiais e custos encontrados, e não havia outros fornecedores a quem recorrer.
Família Agnelli
Então, aí entrou Pigozzi. O mesmo sugeriu que comprassem sucata da região do Ruhr, na época pertencente à França. A sugestão fora aceita e Pigozzi fora nomeado como “procurador plenipotenciário” na França. Desde então, a parceria foi um sucesso: ele era um bem-sucedido exportador de matéria-prima, sendo nomeado, então, como distribuidor exclusivo dos automóveis FIAT na França. Até que chegou a crise na Bolsa de Valores de Nova Iorque, fazendo o governo francês proibir as importações. Agora, o que fazer?
A solução encontrada por Pigozzi fora criar uma montadora, porém, tal privilégio era reservado legalmente apenas aos cidadãos franceses, por isso o promissor empresário italiano precisou conseguir, antes de tudo, a cidadania francesa. Antigamente, seu nome completo era “Teodoro Enrico Pigozzi” e, a partir de então, ficou conhecido como “Henri Théodore Pigozzi”. Pigozzi, então, começou a busca por hangares abandonados, encontrando um em Suresnes (comuna francesa localizada a menos de 10 km do centro de Paris). Em 1931 já havia uma fábrica, mas lhe faltava tecnologia e uma equipe qualificada na questão da engenharia de produção. A solução encontrada fora comprar fábricas quase falidas e empresas menores, gerando ganho de produção e redução nos custos, atingindo também autossuficiência em matéria-prima. O desafio agora era conceber um produto mais refinado ao exigente povo francês.
Simca-Fiat “Ardita”
A história começa em 1935 quando Pigozzi compra a Donnet, segunda indústria de automóveis da França, menor apenas que a Renault, porém maior que Citroën. As instalações da fábrica e sua equipe de profissionais eram prioridade. Então, já no cargo de diretor-presidente da então recém-criada Société Industrielle Mécanique et Carrosserie Automobile, a SIMCA, começou a desenvolver os Simca-Fiat.
Entre novos modelos e variações cosméticas, em 1951 foi lançado o Simca 9 (Neuf), ou Aronde, o modelo mais importante da Simca, que liderou o mercado voltado à classe média e estabeleceu a diferenciação e o avanço estilístico em relação aos Fiat (o Simca Huit Cabriolet marcou o início da produção dos Simca com desenho independente da Fiat), vendendo, em um ano e meio, 50.000 unidades.
Simca Aronde
Com a morte de Pigozzi, a Chrysler tornou-se dona da Simca em 1970.
Simca-Chrysler 180
Entretanto, a era Iacocca na Chrysler, com suas medidas saneadoras, implicou no fim da Chrysler France, absorvida pela Peugeot. Com o desgaste da marca Simca, o nome Talbot começou a ser utilizado, mas fora encerrado também nos anos 80 para os carros de passeio e início dos anos 90 para os utilitários, pondo um fim na herança de Pigozzi e da Simca e, não menos importante, no nome Talbot.
Talbot 150
Fonte: Clássicos do Brasil série Simca
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